TECNOLOGIA MILITAR 4/2019

15 Tecnologia Militar · TECMIL · N° 4/2019 Portugal Especial res, com recurso ao Falcon 50 (evacuações dos teatros mais distantes onde operam forças nacionais e transporte de órgãos). – preparação para operações militares (F-16, C-130H, C295M, P-3C e EH-101); – formação e treino (Chipmunk – AFA, Epsilon – BA1, Alouette III / Koala – BA11); – transportes especiais que incluem as ações de projeção, rotação e retração de forças, com particular destaque para a utilização do C-130H. Relativamente às missões internacionais, a FA tem participado regularmente nas seguintes missões enquadradas pela OTAN, UE, ONU e outras de caráter bilateral: OTAN – “ Assurance Measures ” com o empenhamen- to de 4 a 6 aeronaves F-16 e de 1 P-3C em missões de Policiamento Aéreo e de Vigilân- cia e Reconhecimento, respetivamente, Poló- nia, Roménia e países bálticos, em destaca- mentos de 2 a 4 meses de duração; – “ Sea Guardian ” com a utilização de uma aeronave P-3C na vigilância do espaço medi- terrânico, em destacamentos de 15 a 30 dias, normalmente situados em Itália; e, mensal- mente, uma missão com origem em território nacional orientada à vigilância do Mediterrâ- neo Ocidental; UE – “ EUNAVFORMED – Operação Sophia ” desde 2016 com o destacamento de uma aeronave P-3C, em Itália, durante 30 e 60 dias, visando o controlo da imigração ilegal; – FRONTEX – a FA tem estado presente re- gularmente em operações do âmbito da dos) no cumprimento da sua missão, quer em território nacional, quer além das nossas fron- teiras, satisfazendo os compromissos que Por- tugal assumiu com os seus aliados e parceiros, no âmbito das organizações internacionais de que fazemos parte, como a ONU, a OTAN, a EU e a CPLP. Relativamente às missões realizadas em territó- rio nacional, realço: – a defesa do espaço aéreo sob responsabili- dade nacional com o empenhamento do F-16 com 2 parelhas de alerta (uma a 15 minutos orientada para o território continental e uma a 120 minutos em complementaridade da primeira, incluindo a capacidade de resposta para os arquipélagos da Madeira e dos Aço- res); – um dispositivo de Busca e Salvamento abran- gente (continente e ilhas) que inclui 3 aero- naves C-295M de alerta permanente (Base Aérea Nº6 – Montijo; Aeródromo de Manobra Nº3 – Porto Santo; Base Aérea Nº4 – Terceira) e 4 helicópteros EH-101 (Base Aérea Nº6 – Montijo; Aeródromo de Manobra Nº3 – Porto Santo; dois na Base Aérea Nº4 – Terceira); 1 helicóptero Alouette III na Aeródromo de Ma- nobra Nº1 – Ovar e 1 aeronave P3C Cup+ na Base Aérea Nº11 – Beja, para Busca e Salva- mento a longa distância; – a continua vigilância do espaço marítimo in- terterritorial, com particular enfoque na Zona Económica Exclusiva (ZEE) com aeronaves especialmente equipadas para o efeito como o P-3C e o C-295M, assim como outras missões enquadradas no âmbito da Vigilân- cia e Reconhecimento; – evacuações aeromédicas executadas pelo dispositivo de alerta ou, em casos particula- TecMil: Poderia comentar sobre qual a sua perspetiva como Chefe de Estado-Maior da FAP sobre o futuro da FAP no que respeita às missões versus organização? General Joaquim Manuel Nunes Borrego: As missões atribuídas à Força Aérea estão su- periormente definidas, através de legislação própria. Ao poder político competirá a contínua adequação destas missões à realidade geopolí- tica / geoestratégica de cada momento. A Força Aérea sempre se caracterizou por uma enorme versatilidade, capacidade de adap- tação e flexibilidade na adoção de soluções que sirvam, a cada momento, os interesses do País. Como exemplo, refiro a recente decisão go- vernamental de confiar à Força Aérea Portu- guesa o comando e a gestão centralizados dos meios aéreos de combate aos incêndios rurais, incluindo os meios aéreos próprios do Estado e aqueles que são alugados sazonalmente. A magnitude desta tarefa obriga a alterações organizacionais, nomeadamente a criação de órgãos dedicados à execução dessas tarefas, mas o maior desafio que nos é colocado será a edificação de uma capacidade própria de meios aéreos de combate aos incêndios, em todas as dimensões que uma capacidade assume dou- trina, organização, treino, material, liderança, pessoal, infraestruturas e interoperabilidade (DOTMLPII). TecMil: Poderia citar quais as principais missões nacionais e internacionais nas quais a FAP parti- cipa na atualidade assim como os recursos ma- teriais empregues em cada uma? General Joaquim Manuel Nunes Borrego: A Força Aérea Portuguesa empenha diariamente nas suas missões uma vasta panóplia de Siste- mas de Armas (aeronaves e sistemas associa- As três aeronaves de transporte Falcon 50 da Esquadra  504 “Lin- ces”  são modernizadas em Portugal pela empresa AEROMEC. (Foto: Victor M.S. Barreira)

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