TECNOLOGIA MILITAR 4/2019

10 Tecnologia Militar · TECMIL · N° 4/2019 No âmbito da modernização dos seus recursos materiais, o Exército Português recebe presentemente viaturas blindadas de rodas UROVESA VAMTAC ST5 e espingardas automáticas FN Herstal SCAR-L. (Foto: Victor M.S. Barreira) missões fora do território na- cional, num quadro de natureza operacional assente em escalões táticos de es- calão Pelotão, Companhia ou Batalhão. Assim, o Exército pode assumir responsabi- lidades de largo espectro, mesmo em simultâ- neo. Estas abrangem o leque que vai de uma missão de proteção e apoio ao bem-estar das populações até às missões militares. Atualmen- te, o Exército Português encontra-se a cumprir missão na República Centro-Africana (RCA), que inclui exigentes ações de combate, quan- do necessário. Em simultâneo, realiza missões de apoio, como patrulhamentos de prevenção aos incêndios, em apoio da Autoridade Nacio- nal de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Esta realidade é inerente aos desafios do sé- culo XXI, em contexto estratégico e operacional muito exigente. O facto de o primeiro ser volátil, incerto, complexo e ambíguo, torna o segundo muito difícil de descodificar, sendo aí que se si- tuam as missões das FFAA. Como tal, existe um grande desafio associado à estrutura e organi- zação do Exército, no que concerne à definição e edificação das suas capacidades, bem como à articulação das respetivas funções de com- bate. Hoje, o instrumento militar é chamado a li- dar, por um lado, com ameaças, e, por outro, com riscos. São as ameaças, atuais e futuras, pela intenção que têm associada, que moldam primariamente a estrutura e a organização do Exército. Por outro lado, existem os riscos (e.g.: in- cêndios, secas extremas, cheias, sismos, etc.), face aos quais as capacidades poderão ser empregues. Nestas circunstâncias, impõem-se comando e controlo eficazes e resposta pratica- das populações e para a salvaguarda do patri- mónio nacional. Neste âmbito, o Exército tem a capacidade para realizar operações em todo o espectro, ou seja, ofensivas, defensivas, de estabilização e de apoio. No seu conjunto, estas operações têm uma expressão externa e interna, sendo que as operações de apoio estão diretamente ligadas com as missões de interesse público. Com este fim, o Exército está capacitado para prestar apoio à proteção e salvaguarda de pessoas e bens, bem como apoio ao desenvolvimento e bem-estar. Releva-se que, de forma transversal, as ações desenvolvidas pelo Exército permitem o emprego dos seus meios quer numa perspe- tiva militar, quer não militar, sendo que, adicio- nalmente, muitas das ações não militares são protocoladas. Nesse quadro de emprego, o Exército tem vindo a empenhar, de forma constante, algumas das suas capacidades mais significativas. Ade- mais, as missões de interesse público reforçam a natureza de uma instituição secular ao serviço do bem comum, revelando-se determinantes para a consecução dos objetivos nacionais de segurança e desenvolvimento. TecMil: ¿Qual é a perspetiva futura do Chefe do Estado-Maior do Exército sobre o Exército, em termos de missões versus organização? General General José Nunes da Fonseca: O Exército tem uma organização base de matriz territorial, encontrando-se presente em todo o território nacional. Com esta organização, assumindo princípios de flexibilidade, modularidade e interoperabi- lidade, o Exército cumpre as missões que lhe são atribuídas, seja de âmbito interno, ou em Tecnología Militar (TecMil): ¿Qual o papel do Exército nas Forças Armadas Portuguesas, as- sim como na sociedade portuguesa no âmbito das missões de interesse público? General José Nunes da Fonseca: Enquanto ramo das Forças Armadas (FFAA), o Exérci- to Português tem a sua missão principal na participação na defesa militar da República, contribuindo para a segurança cooperativa e defesa coletiva, para a proteção e bem-estar Victor M.S. Barreira Entrevista do Chefe do Estado-Maior do Exército Português, o General José Nunes da Fonseca Portugal Especial Chefe do Estado-Maior do Exército Português, o General José Nunes da Fonseca. (Foto: Exército Português) f

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