TECNOLOGIA MILITAR 4/2019

34 Tecnologia Militar · TECMIL · N° 4/2019 O CDefNBQR-MB visa ter seu laboratório fixo designado pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (Organisation for the Prohi- bition of Chemical Weapons; OPCW), como re- ferência internacional. O Batalhão de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica de Aramar (BtlDefNB- QR-Aramar) tem a missão de defesa QBRN no Centro Experimental Aramar (CEA) localizado em Iperó no Estado de São Paulo. No CEA su- bordinado ao Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) são realizadas ativida- des associadas ao desenvolvimento de energia nuclear. O Complexo Naval de Itaguaí (CNI) no mu- nicípio de Itaguaí no Estado do Rio de Janeiro contará no futuro com uma moderna infraestru- tura radiológica para acolher o Batalhão de De- fesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica de Itaguaí (BtlDefNBQR-Itaguaí). No Complexo Naval de Itaguaí será construído o primeiro sub- marino brasileiro com propulsão nuclear, o SN Álvaro Alberto. O submarino de ataque terá uma planta nuclear que a Marinha do Brasil desen- volve no âmbito do Programa Nuclear da Ma- rinha (PNM). Força Aérea Brasileira Na Força Aérea Brasileira (FAB) cabe ao Ins- tituto de Medicina Aeroespacial “Brigadeiro Mé- dico Roberto Teixeira” (IMAE), situado no Rio de Janeiro, executar missões de defesa QBRN, bem como descontaminação de aeronaves e pessoal envolvido em eventos QBRN. Defesa QBRN de Angra 1 e Angra 2 Nos dias 30 e 31 de Outubro de 2019, as Forças Armadas Brasileiras participaram do exercício geral de emergência nuclear, no muni- cípio de Angra dos Reis. Angra dos Reis acolhe as usinas de produção de energia nuclear Angra 1 e Angra 2 e nesse sentido são regularmente realizados exercícios para testar e treinar a ca- pacidade de emprego em resposta a desastres dessa natureza. A novidade, este ano, foi a implementação da conceção do emprego das tropas sob a mo- dalidade de comando conjunto. O comando da operação foi atribuído à Marinha do Brasil, pas- sando o seu emprego a ser coordenado pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA). A coordenação geral do exercício foi do Gabinete de Segurança Institucional da Pre- sidência da República (GSI-PR), órgão gestor do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (SIPRON). As principais tarefas exe- cutadas pelas forças armadas nessa situação são as operações de evacuação da população por via marítima e terrestre; apoio de saúde por meio de hospitais de campanha; interdição do espaço aéreo; controle da área marítima; des- contaminação e evacuação aeromédica de ra- dio-acidentado e radio-contaminado; e apoio às agências governamentais envolvidas. L de Engenharia de Fuzileiros Navais (BtlEngFu- zNav). Esta emprega entre outros equipamen- tos, as cabines de descontaminação individuais Kärcher Futuretech Decon Cabin 200, ten- das de descontaminação coletiva Cristanini MIT, sistemas portáteis de descontaminação Cristanini PSDS/10 MIL, depósitos de água Cristanini Tipo G, detetores químicos da famí- lia GDA, detetor de sólidos e líquidos químicos LS-ID, sistemas de visualização de gás de es- caneamento infravermelho SIGIS II, e viaturas Mercedes-Benz Atego 1725 e Agrale Marruá, Ao Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais (CGCFN) está subordinado o Centro de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológi- ca da Marinha do Brasil (CDefNBQR-MB). Este encontra-se hoje sedeado na cidade do Rio de Janeiro e foi criado em 28 de Abril de 2015 para realizar a vigilância e alerta, reconhecimen- to, deteção e identificação de agentes NBQR; proteção individual, descontaminação NBQR e disseminação das informações; e atendimento médico às vítimas de agentes NBQR. O CDefNBQR-MB tem o propósito de coor- denar e integrar as atividades de defesa QBRN, no âmbito da Marinha do Brasil, estabelecendo um canal técnico e supervisionando funcional- mente as organizações militares da marinha e os demais comandos, organizações militares e órgãos integrantes do SisDefNBQR-MB, bem como, mediante autorização, com organismos internacionais dos diversos segmentos de defe- sa QBRN. Possui as condições de coordenar e integrar essas mesmas atividades no âmbito do Ministério da Defesa. O CDefNBQR-MB dispõe de um laboratório móvel (LabMov) baseado em container padrão desenvolvido pela empresa Cristanini e trans- portado na viatura tática 6x4 Mercedes-Benz Axor 2831 equipada com um sistema de ma- nuseamento 195HB da Hammar Maskin . Este destina-se à deteção e identificação de con- taminantes em amostras suspeitas de conta- minação por agentes químicos e biológicos. O LabMov dispõe de um cromatógrafo a gás acoplado a espectrômetro de massas trans- portável, além de outros equipamentos para a identificação de agentes químicos e biológi- cos. Possui a capacidade de analisar e identi- ficar substâncias sólidas, líquidas e aerossóis contaminadas por bactérias, vírus ou outros elementos tóxicos, possui filtragem de ar NBQR e filtros HEPA (High Efficiency Particulate Air). O centro dispõe ainda de um laboratório fixo de análises químicas (LFAQ) que visa comple- mentar a capacidade analítica do laboratório móvel, identificando agentes químicos em ní- vel forense e ainda desenvolver projetos de pesquisa que sejam estratégicos para a MB e de interesse da comunidade científica. Quan- do totalmente edificado, o LFAQ contará com três centrais analíticas, duas salas de preparo de amostras, sala de balanças, sala para rece- bimento de amostras e sala de pesquisadores. O 1° Btl DQBRN atuou nos Jogos Mundiais Militares de 2011, ainda como companhia, na Copa das Confederações de 2013, na Jornada Mundial da Juventude de 2013 e na Copa do Mundo de 2014. Participou ainda no controle e prevenção de possíveis ataques terroristas com armas químicas, nucleares, biológicas e radio- lógicas nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. Desde 1989, o 1° Btl DQBRN participa do exercício geral do plano de emergência das usinas nucleares Angra I e Angra II, em coorde- nação com o plano de emergência complemen- tar do Comando Militar do Leste (CML) e com o Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (SIPRON). Sua missão é apoiar as atividades de monitoração, descontaminação e evacuação da população do município de An- gra dos Reis, Estado do Rio de Janeiro. Marinha do Brasil A Marinha do Brasil (MB) implantou o seu Sistema de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (SisDefNBQR-MB) em 5 de Maio de 2011, este composto por órgãos da marinha que atuam nas atividades de inteligência e de combate a emergências de natureza nuclear, biológica, química e radiológica para atuar no âmbito de operações navais ou no âmbito do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil. No Centro de Adestramento “Almirante Marques de Leão” (CAAML) da Marinha do Brasil no Rio de Janeiro, é ministrado o Curso Especial de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (C-ESP-DNBQR) a militares da marinha e regularmente também a militares do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira. O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) da Ma- rinha do Brasil possui no Rio de Janeiro a sua própria força de defesa QBRN, a Companhia de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radio- lógica (CiaDefNBQR) subordinada ao Batalhão Laboratório móvel QBRN do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil. Laboratório móvel da família IMFL BIO LAB do 1° Btl DQBRN do Exército Brasileiro. g f Tropas Brasileiras equipadas com roupas e outros equipamentos de proteção contra agentes QBRN.

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